Inversor e PotĂȘncia do Sistema
- Solar Economy
- 28 de mar. de 2020
- 4 min de leitura
Atualizado: 25 de jul. de 2022
O inversor Ă© responsĂĄvel pela transformação da energia solar gerada em corrente contĂnua (CC) pelas placas fotovoltaicas em corrente alternada (CA), geralmente em 220v quando MonofĂĄsicos (no Rio de Janeiro, por exemplo: Fase+Fase+Aterramento) ou 380v quando TrifĂĄsicos de maior potĂȘncia (acima de 15K). A conexĂŁo de saĂda na ligação corrente alternada (CA) Ă© feita no disjuntor mais prĂłximo que possua as fases necessĂĄrias e amperagem suficiente conforme especificação tĂ©cnica do inversor (20A ou mais, respeitando o diĂąmetro dos fios conforme o RECON da concessionĂĄria).
Para rĂĄpida compreensĂŁo sobre potĂȘncia (Watts), a voltagem gerada pelas placas fotovoltaicas multiplicada pela amperagem resulta no valor sendo gerado instantaneamente. Ao longo de uma hora, esta energia gerada resulta no valor em kWh (unidade de medida utilizada para cobrança na conta de luz). Se o inversor de 3.0 kW estĂĄ medindo instantaneamente 2500w e varia ao longo de uma hora entre 2200w e 2800w, ele irĂĄ injetar na rede aproximadamente 2.5 kWh. No valor atual do kWh cobrado pela concessionĂĄria de R$ 1,00, a economia por ter consumido energia simultaneamente durante o dia foi de R$ 2,50 por hora. Como a intensidade da irradiação solar varia ao longo do dia, observamos a produção diĂĄria, mensal e anual para acompanhar o retorno do investimento do sistema em aproximadamente 4 anos. ApĂłs o "payback", serĂĄ lucro ao longo de mais de 25 anos de durabilidade dos equipamentos.
Mesmo com um sistema com potĂȘncia mĂĄxima de 3.0 kWp (somatĂłrio das potĂȘncias das placas resultando em 3000w), nos horĂĄrios de pico elas irĂŁo produzir em dias ensolarados 90% ou menos. Por isso, utiliza-se inversores de 3.0 kW com quantidade de placas que resultem em atĂ© 20% a mais de potĂȘncia mĂĄxima (Ex.: 3,6 kWp). O inversor de 3.0 kW nĂŁo irĂĄ injetar mais do que a potĂȘncia nominal CA de 3000w (conforme especificação tĂ©cnica do inversor), mesmo que a irradiação esteja nas condiçÔes ideais que atinjam 3600w (100%). Nestes casos indicamos para o inversor de 3.0 kW a potĂȘncia mĂĄxima de 3.3 kWp.
A potĂȘncia varia conforme a intensidade da irradiação solar nas seguintes situaçÔes:
1 - Direcionamento e inclinação:
Quando as placas sĂŁo instaladas direcionadas para o Leste, elas irĂŁo gerar mais energia na parte da manhĂŁ, com pico entre 8h Ă s 13h. Para o Norte, elas irĂŁo aproveitar a movimentação do Sol ao longo do dia, com pico entre 9h Ă s 14h. Para o Oeste, elas irĂŁo gerar mais na parte da tarde, entre 10h Ă s 15h. A vantagem do direcionamento para o Norte Ă© uma soma de potĂȘncia ao longo do dia (6h atĂ© 18h), inclusive fora dos horĂĄrios de pico de insolação. A posição das placas geralmente segue a disposição dos telhados prĂ©-existentes, mas para quem estĂĄ projetando o imĂłvel, deve considerar fazer o telhado preferencialmente retangular voltado para o Norte para aproveitar a insolação. Para o Sul, haverĂĄ perda de eficiĂȘncia em comparação com as outras direçÔes, aumentando o prazo de retorno do investimento, mas ainda Ă© melhor do que continuar "alugando" energia da concessionĂĄria. A inclinação das placas em relação Ă linha do Equador (23 graus no Rio de Janeiro) Ă© importante para incidĂȘncia perpendicular da irradiação nos horĂĄrios de pico, mas inclinação menor (10 graus) comuns em telhas onduladas/fibrocimento ou metĂĄlicas tambĂ©m irĂĄ produzir bastante. Zero grau irĂĄ dificultar a limpeza das placas pela chuva.
2 - EstaçÔes do ano:
No verĂŁo, o movimento de translação em torno do Sol e inclinação do eixo da Terra fazem com que o hemisfĂ©rio Sul receba a irradiação com maior intensidade devido Ă menor densidade atmosfĂ©rica. Quando a atmosfera estĂĄ mais Ășmida, nublada ou poluĂda devido a gases, a irradiação sofre resistĂȘncia. No inverno, o hemisfĂ©rio Sul fica com inclinação maior devido ao eixo da Terra em relação ao Sol, ocorrendo maior resistĂȘncia por densidade atmosfĂ©rica. Consideramos que um dia ensolarado de verĂŁo irĂĄ produzir o dobro de um dia ensolarado de inverno. Em dias nublados, a densidade das nuvens (atmosfera) geralmente reduz a produção para metade ou menos que um dia ensolarado. Utilizamos a mĂ©dia mensal para comparar as estaçÔes do ano, sendo nĂtido uma produção menor no inverno e maior no verĂŁo. PerĂodos com mais chuvas irĂŁo influenciar esta mĂ©dia.
3 - Dias ensolarados e dias nublados:
Como jĂĄ mencionado anteriormente, o dia ensolarado (sem nuvens) Ă© o ideal para observarmos a produção nas melhores condiçÔes. A densidade atmosfĂ©rica irĂĄ continuar influenciando, logo o Ăndice de umidade se torna um elemento importante. Durante os meses do ano, a produção mĂ©dia serĂĄ maior em locais com baixo Ăndice de umidade.
4 - Proximidade com a linha do Equador:
Devido Ă inclinação do eixo da Terra, a linha do Equador Ă© o local onde a irradiação irĂĄ sofrer menos resistĂȘncia com a densidade atmosfĂ©rica. Quanto mais prĂłximo, melhor.
5 - Sombreamento:
Qualquer incidĂȘncia de sombreamento irĂĄ afetar a potĂȘncia do sistema. Costumamos projetar o posicionamento das placas evitando eventuais sombreamentos. TambĂ©m conectamos as placas de forma separada (arranjos/strings) conforme disponibilidade de MPPTs do inversor para nĂŁo afetar o sistema como um todo. A tecnologia Half-cell contida em modelos de placas mais modernas reduzem as perdas com sombreamentos. Tubos de suspiro de aquecedores/boilers, chaminĂ©s, ĂĄrvores e principalmente construçÔes prĂłximas sĂŁo os exemplos de situaçÔes causadoras de sombreamento e perda de eficiĂȘncia.
ConclusĂŁo:
A instalação ideal no Rio de Janeiro Ă© com inclinação de 23 graus, para a direção Norte. No Centro-Oeste devido ao baixo Ăndice de umidade a produção Ă© maior e no Nordeste devido Ă proximidade Ă linha do Equador tambĂ©m!
Texto por Eduardo Terra Pinheiro
Integrador Fotovoltaico da Solar Economy
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